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Método de orientação espiritual (II)

23 nov

A maturidade deve fazer parte do processo normal da vida

Esta é a segunda parte do estudo sobre o método de orientação espiritual. A primeira parte foi retratada em 20/11. Há ainda um terceiro momento do método, no qual irei discorrer sobre os mecanismos de defesa, popularmente conhecido como “máscaras”. Boa leitura! Participe deste blog mandando seu texto para publicação.

Adolescência e maturidade

Duas fases distintas da vida do ser humano. Dois períodos de intenso conflito e de posições sociais e culturais a serem definidas. Dessas fases depende o crescimento pessoal e espiritual, ou não, da pessoa. Por isso, essas fases possuem características próprias e visíveis de serem identificadas. Vamos destacar algumas:

Adolescência:

– Rebeldia; na busca por espaço, os jovens se revoltam contra as pessoas; desejam a independência e a liberdade, não à autoridade; atuam em grupo para se oporem; não gostam de serem questionados na vida particular; alimentam sentimentos opostos: amor x ódio, paz x violência etc.

Maturidade:

– Capacidade de suportar as frustrações; controla os impulsos emotivos (agressividade, sexualidade etc.); senso de proporcionalidade; respeito pela opinião e os sentimentos do outro; autocontrole; adapta-se às pessoas e situações; não fica se lamuriando; não idealiza demasiadamente; não se isola de si e dos demais.

Há também alguns elementos que caracterizam uma autêntica falta de maturidade: a) Caráter explosivo: marcado pela dificuldade em dominar as emoções, estado de irritabilidade, pessoa intolerante, exige atenção especial a todo custo sem se dar conta do problema alheio; b) Autopiedade: é o famoso “tudo acontece comigo e só comigo”, ninguém me quer, sofro demais, o seu problema é sempre maior que o do outro etc.; c) Necessidade de consolo: a todo instante a pessoa precisa ser consolada, é o devoto eterno de Nossa Senhora da Consolação por excelência!

Por outro lado, a maturidade é perceptível em pessoas que apresentam:

  • Autossuficiência;
  • Relacionar-se bem com o seu  semelhante;
  • Autodomínio;
  • Aceitação do sofrimento;
  • Perspectivas de longo alcance e interesse pelo bem-estar dos demais.

Ainda dentro dessa relação estabelecida entre orientador e orientando, na busca por maior equilíbrio entre ambas as partes, podemos ainda considerar no aspecto psicológico o que se chama de “princípios éticos” ou “princípios de aconselhamento”. Esses princípios ajudam a conhecer a nossa responsabilidade diante das pessoas e de Deus. Desta forma, o orientador deve sempre primar pela vida, evitar que o orientando seja prejudicado.

  1. Da confidência: evitar mencionar o caso em ambientes que as pessoas reconheçam o orientando;
  2. Da distância: não permitir certas liberdades, por isso o distanciar-se físico do outro;
  3. Da satisfação própria: não se deleitar com a história do outro, nem desviar a atenção do orientando para outros assuntos;
  4. Da convicção cristã: a fé do orientador deve influenciar todo seu agir. Buscar na palavra de Deus as motivações para a orientação;
  5. Da liberdade: não forçar o orientando a continuar recebendo as orientações;
  6. Da limitação: o orientador tem seus limites, não dá para ajudar a todos. Na dúvida, encaminhe o orientado ao especialista.