Tag Archives: Páscoa

Evangelizar em tempos modernos

17 fev

ImagemNos primeiros versículos dos Atos dos Apóstolos (1,8) encontramos o mote principal de todo o livro: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
O autor dos Atos referindo-se ao “até os confins da terra” talvez não tivesse imaginado que essa evangelização pudesse chegar ao patamar de abrangência como temos hoje, e isso graças aos meios de comunicação. De modo muito particular, por causa da comunicação exercida nas redes sociais.
O Papa João Paulo II já afirmava que nós, católicos, não deveríamos temer os modernos meios de comunicação social e as novas tecnologias (Carta Apostólica O Rápido Desenvolvimento, 24/01/2005), isso porque, certamente, deveria ser usado a favor da propagação do reino de Deus. Afirmação semelhante revelou-nos o então Papa Bento XVI, na sua mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2013, “As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé”.
Na comunicação digital homens e mulheres se encontram, dialogam, relatam suas experiências de vida e de oração. Pessoas com interesses em determinadas vertentes religiosas se agrupam, meditam e partilham a Palavra de Deus. Esse, no entanto, é um primeiro passo. É preciso superar essa barreira virtual e partir para o encontro pessoal, humanitário e acolhedor, como exemplificou Nosso Senhor Jesus Cristo, na parábola do “Bom samaritano” (Lc 10,30-37).
O Papa Francisco ao se referir à evangelização no mundo virtual, na mensagem para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, destaca que os meios de comunicação de massa “podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna”.
Evangelizar até “os confins da terra” nunca esteve tão próximo de cada um de nós, ou melhor, está em nossas mãos. No entanto, O atual Papa faz uma advertência relevante e nos ajuda a melhor evangelizar na rede, para que não caiamos na fugacidade virtual: “O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de os fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho”.

Solenidade de Pentecostes

18 maio

pentecostes (1)Vem Espírito que é Santo, dá-me teu encanto, traz-me a conversão, faz de mim libertação. Transforma tudo que eu sou, e infunde em mim o teu amor, ô,ô,ô.

Neste domingo, dia 19 de maio, a Igreja comemora a solenidade de Pentecostes. Para o povo judeu era tempo de comemorar a colheita do trigo. Vinha gente de todos os cantos para Jerusalém. Os primeiros frutos da colheita eram oferecidos no Templo.

Após da morte de Jesus, 50 dias depois, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos. Estes estavam reunidos no mesmo lugar, ou seja, estavam com medo, receosos de testemunhar o Ressuscitado, tudo aquilo que viram e ouviram do mestre Jesus não fora suficiente para impulsioná-los à missão. Relata o evangelista João que Jesus entrou na sala onde todos estavam e no meio dos discípulos desejou-lhes a sua paz. Era verdadeiramente Jesus, tanto que eles se “alegraram por verem o Senhor” (Jo 20,21). Este é o sentimento que devemos ter quando encontramos Jesus ressuscitado. “Alegremo-nos e nele exultemos”.

Depois da paz que Jesus provoca, Ele envia seus discípulos em missão. E todos recebem o poder do Espírito Santo. A simbologia utilizada na primeira leitura (línguas de fogo, barulho, forte ventania), quando todos ali ficaram cheios do Espírito Santo, demonstra que a passividade do cristão dá lugar a uma nova criatura, disposto a pôr em prática a missão do próprio Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres; para sarar os contritos de coração, anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19).

Na segunda leitura, no entanto, Paulo alerta à comunidade em relação à diversidade de dons e ministérios que não devem ser utilizados para crescimento ou valorização pessoal, mas sim: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1 Cor 12,7). (EAC)

 

Tríduo Pascal: a nossa profissão de fé!

26 mar

A crucifixão de Jesus é consequência da sua ação libertadora em favor dos excluídos pelo sistema político e econômico, mantido pelo Império Romano, e pelos preceitos religiosos do Templo, ou seja, da Igreja. Jesus assume a causa do seu povo. Sua ação supera as estruturas de escravidão impetradas pelo governo dos homens (social e religioso) e anuncia um novo modo de vida e de relação humana, baseado, principalmente, no amor ao próximo e na inclusão de pessoas abandonadas pela sociedade.

Para entender o mistério pascal que nos cerca nesse tempo de reconciliação com Deus, é preciso compreender e participar intensamente do Tríduo Pascal. Com início na quinta-feira o Tríduo Pascal é um período de três dias que antecede a Páscoa, a ressurreição de Jesus. É o momento propício para cada um de nós revivermos os passos de Jesus: a última ceia com seus apóstolos, o caminho do calvário e sua morte e, finalmente, sua vitória sobre a morte.

Clique aqui e leia texto completo.

Fraternidade e juventude

2 fev

CF 2013Mais uma vez a Igreja no Brasil quer nos ajudar a refletir sobre um tema de grande importância social e individual em vista de nossa preparação à Páscoa do Senhor. Durante a quaresma devemos refletir na Campanha da Fraternidade algo que nos questiona e que exige de todos nós mudança comportamental.

Neste ano, a temática da Campanha aborda mais uma vez a juventude. Com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), a Igreja e seus organismos sociais se debruçam sobre a situação em que se encontra nossa juventude.

Diferentemente do ano em que foi abordado o tema pela primeira vez, em 1992, novos desafios tecnológicos e tendências modernas mudaram comportamento e atitude de toda uma geração de jovens. Somado a isso, temos ainda a edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho. Este evento, cercado de imensa expectativa, irá receber jovens de todo o mundo, que serão acolhidos pelas famílias e comunidades da “cidade maravilhosa”.

A JMJ e os desafios da modernidade para o público jovem são elementos centrais na reflexão da CF 2013 e aludem para seu objetivo geral: “Acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”.

Não obstante ao objetivo geral pretendido pela CF 2013, há outros mais específicos que precisam ser alcançados no diálogo com a sociedade, condicionados à luz do Evangelho, como o de “sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum”; ou ainda o de favorecer aos jovens “um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de contribuir para sua vocação de discípulo missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vidas”.

Que a Campanha da Fraternidade 2013 estimule a cada um de nós a mantermos uma relação dialogal, onde possamos apreender de Jesus Cristo a essência de nossa vida, assim como encontrar no vigor de Deus renovadas atitudes e ações, incitadas pela força do Espírito Santo.

Façamos da oração da CF 2013 nossa oração pessoal e comunitária: “Para sermos anunciadores do evangelho e propagadores do amor de Deus entre os irmãos, enviai-nos, Senhor”.