Estamos no mês de agosto e, como de praxe, a Igreja no Brasil celebra-o dedicando às vocações. Neste ano, a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude motivaram a todos evocando os temas da missão e do discipulado. Este Mês Vocacional, portanto, pretende ser um momento de reavivamento da nossa vocação e um tempo favorável para que cada um de nós assuma seu ministério ora recebido no batismo.
Embora as vocações lembradas neste tempo sejam relevantes, uma delas se reveste de dupla importância: a Sacerdotal! Primeiro porque o padre no seu ministério atua in persona Christi, ou seja, já não é ele, mas Jesus Cristo que assume suas ações eclesiásticas; em segundo porque sob sua orientação o povo caminha em busca da vida eterna, prenunciando o Reino de Deus aqui e agora.
A Igreja, portanto, dedica o início do Mês Vocacional ao padroeiro dos sacerdotes – São João Maria Batista Vianney (04/08). Esse santo exemplifica o teor sacramental vivido por um padre que, no seu momento histórico, enfrentou adversidades na família e na própria instituição religiosa, mas superou-as em prol de um bem maior: a de servir e amar o próximo.
A trajetória vocacional do Cura de Arns se assemelha a de muitos sacerdotes. Inclusive, podemos apontar alguns elementos essenciais na formação da sua vocação que fazem parte da de um padre. A família, os amigos, a comunidade, a faculdade, o Bispo, todos esses são importantes, mas não fundamental como é o aceite, ou não, da própria pessoa.
O grande protagonista da vocação sacerdotal é o próprio candidato ao sacerdócio. O beato João Paulo II, na exortação apostólica “Pastores Dabo Vobis”, afirma que “(…) o próprio candidato ao sacerdócio deve ser considerado protagonista necessário e insubstituível na sua formação: toda e qualquer formação, naturalmente incluindo a sacerdotal, é no fim de contas uma autoformação” (69).
O documento afirma ainda que embora a pessoa tenha a prerrogativa derradeira de escolha, deve crescer nele “(…) a consciência de que o protagonista por antonomásia da sua formação é o Espírito Santo que, com o dom do coração novo, configura e assimila a Jesus Cristo Bom Pastor: nesse sentido, o candidato afirmará a sua liberdade da maneira mais radical, ao acolher a ação formadora do Espírito” (idem). Desta mesma forma se dão as demais vocações lembradas neste mês: vida familiar, vida consagrada e ministérios e serviços na comunidade.
Vamos consagrar nossa vocação ao serviço de Deus e do próximo. Ave Maria…