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Maria, Mãe da esperança, caminhai conosco!

15 maio
A devoção a Nossa Senhora de Fátima é uma das mais fervorosas no Brasil.

A devoção a Nossa Senhora de Fátima é uma das mais fervorosas no Brasil.

Maio é o mês mariano. Duas comemorações confirmam essa dedicação à Maria. O primeiro festejo é o remetido a Nossa Senhora (13), que em nossa paróquia devotamente adotamos o título de Fátima, fazendo memória da aparição da virgem Maria aos três pastorzinhos (Lucia, Francisco e Jacinto), na diocese de Leiria / Fátima, Portugal. Na segunda festividade comemoramos o Dia das Mães (12). Ambas as festas entrelaçam-se, pois Maria era mãe; mãe de Deus encarnado em Jesus e nossa também. E toda mãe que se preze tem tudo de Maria, a começar pelo sim da sua vocação à maternidade, e pelo não ante as diversas formas e maneira de se distanciar do projeto de Deus.

Maria está sempre a nos ensinar. Suas ações, seu silêncio, seu amor, seu ato devocional ao Filho de Deus nos mostra o quanto precisamos percorrer para alcançarmos nossa santidade.

Nós devemos aprender sempre da nossa Mãe celeste: a sua fé exorta-nos a olhar para além das aparências e a acreditar firmemente que as dificuldades quotidianas preparam um novo tempo que já teve início em Cristo ressuscitado. Do seu coração imaculado desejamos absorver a seiva da confiança renovada, a fim de deixarmos contagiar pela sua alegria, que encontra a nascente mais profunda no Senhor. A alegria, fruto do Espírito Santo, é a particularidade fundamental do cristão: ela funda-se na esperança de Deus, tira força da oração incessante e permite enfrentar as tribulações com tranquilidade. São Paulo recorda-nos: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12). Estas palavras do apóstolo são como que um eco ao Magnificat de Maria e exortam-nos a reproduzir em nós mesmos, na vida de todos os dias, os sentimentos de alegria na fé, próprios do cântico mariano.

Um bom itinerário que podemos seguir os passos de Maria foi anotado pelo Papa João Paulo II: “Ensinai-nos a anunciar o Deus vivo; ajudai-nos a dar testemunho de Jesus, o único Salvador; tornai-nos serviçais com o próximo, acolhedores com os necessitados, obreiros de justiça, construtores apaixonados dum mundo mais justo; intercedei por nós que agimos na história certos de que o desígnio do Pai se realizará”.

Assim como suplicamos a presença de Nossa Senhora em nossa caminhada, fazemos o mesmo com as queridas mamães biológicas. Diz a letra da música que “Em cada mulher que terra criou, um traço de Deus Maria deixou”, pois a virgem de Nazaré, dentro da sua fidelidade ao projeto de Deus, suportou as dores impostas pela sua condição de mãe do Salvador. Da mesma forma que muitas mães hoje choram pelo filho que é assassinado, desempregado, sem futuro, infiltrado no mundo do crime, sem escola, sem eira nem beira, Deus também estende sua mão a elas.

A graça maior de Maria foi o sim a Deus, a um projeto maior para sua vida e para o próximo. A maior graça de uma mãe hoje é dizer sim à vocação materna. Criar e educar deixaram de ser exclusividade da família, coisas dos tempos modernos. A escola, televisão, internet, redes sociais, ocupam agora boa parte do tempo da criança e do adolescente. Sobra aos pais, ou mais especificamente à mãe, a tarefa de apontar os caminhos que remetem ao amor e a solidariedade. Aprendamos de Maria como educar na fé os filhos e filhas que Deus conceder a você, minha irmã:

– Aprendemos com Maria a sermos santos: a santidade foi o caminho escolhido por Maria. Ela fez da sua vida um serviço ao Projeto de Deus. Podemos afirmar que entre todos os santos, Maria ocupa o primeiro lugar. “Sede perfeitos como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).

Aprendemos com Maria a sermos servidores: Maternidade é missão. Maria recebe o Filho de Deus, iluminada pela fé. Cada mãe traz em si uma missão, que lhe foi concedida por Deus. Maria é convidada para ser amiga, companheira e cooperadora de Jesus.

– Aprendemos com Maria a crescer na fé: Maria não foi uma marionete nas mãos de Deus, mas uma mulher de fé, respondeu aos apelos de Deus com sabedoria. Maria apostou tudo, entregou-se nas mãos de Deus, viveu sua fé, cumpriu sua parte. “Maria é para nós escola de fé destinada a nos conduzir e nos fortalecer no caminho que leva ao encontro com o Criador do céu e da terra” (Papa Bento XVI – CELAM / Aparecida).

– Aprendemos com Maria a dialogar: Maria aceitou a missão de ser a Mãe de Jesus, não sem antes dialogar com o anjo. Ela refletiu sobre o convite, argumentou, apresentou as dificuldades, pensou nas consequências, mas acolheu em seu coração a Palavra que se fez carne (Lc 2,51). Na festa de Caná da Galileia, Maria também dialogou, desta vez com o próprio Jesus e apresentou-lhe a necessidade dos noivos. Dialogar para Maria é buscar o consenso, o entendimento, as razões diante do mistério.

– Aprendemos com Maria a felicidade: Ela ficou feliz pela sua escolha como mãe de Jesus. Precisamos assumir nossos compromissos de fé com alegria. Às vezes, o cansaço é maior que as alegrias. Maria não viveu sua fé como se fosse um fardo pesado, mas com satisfação de poder cooperar com Deus.

– Aprendemos com Maria a humildade: Maria viveu sua missão na simplicidade de cada dia. Foi com humildade que cuidou de Jesus e colocou-se a serviço dele em todos os momentos.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus! Para que sejamos dignos da promessa de Cristo. Amém!