São João Batista

25 jun

Nascimento SãoJoãoEste mês a Igreja celebra, dentro do seu calendário litúrgico, a memória dos santos que são homenageados nas festas juninas. A história deles, no entanto, é reverenciada pelo testemunho que deram em favor do evangelho e do seu anúncio. Em diferentes momentos da história, e com particularidades próprias, cada um deles pôde levar adiante o mandado deixado por Jesus Cristo: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21).

Embora todos os santos juninos sejam importantes, quero destacar aquele que foi o precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo: João Batista. Ele é tão relevante que a Igreja faz memória do seu martírio (29/08) e festeja seu nascimento (24/06) de modo solene.

A vida de João Batista, como os evangelhos narram, é marcada pelo anúncio da vinda do messias e pela denúncia do modo de vida das pessoas. Ele próprio se identifica como a “voz que clama no deserto”. Quer dizer, João era a palavra que gritava no deserto, mostrando à sociedade a necessidade de andar em novos caminhos.

Na solenidade do nascimento de João Batista, um profeta, um homem da palavra, existe um convite para olharmos a Igreja do ponto de vista profético. A Igreja tem consigo a missão de ser profética e, por isso, ela tem uma palavra que nem sempre é ouvida ou, na maior parte das vezes, mal ouvida e mal interpretada. Aquilo que aconteceu com os profetas do Antigo Testamento, o que aconteceu com João Batista e com o próprio Jesus, acontece com a Igreja. É perseguida, é mal compreendida, é contestada por um único motivo: porque sua palavra profética não se afina com muitos modos de pensar e agir na sociedade atual.

Olhando para João Batista, compreendemos que ele estava no mesmo caminho de Isaías; que Paulo estava no mesmo caminho de João Batista e que a Igreja, continua nesse caminho para ser fiel à vocação profética de dizer a palavra que não é dela, mas de Deus, em vista de preparar um povo santo para o Senhor.

A importância de João é também reconhecida pelo próprio Jesus que tece elogios a ele, segundo aponta o evangelista Lucas: “Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista”. A Igreja também o lembra como o último dos profetas, encerrando assim a tradição profética do Primeiro Testamento.

Por isso é que na festa de São João, o ponto central é o acendimento da fogueira, pois esta recorda aquela primeira feita pelos pais de João para comunicar o seu nascimento, sinalizando a ligação entre a antiga e a nova aliança. Essa luz irradiada nos orienta a caminhar nossa vida segundo os desígnios do Cristo, seguir os seus passos e testemunharmos nossa fé, assim como fez o Batista. Aos santos das festas juninas, rogai por nós…

Evangelizar em tempos modernos

17 fev

ImagemNos primeiros versículos dos Atos dos Apóstolos (1,8) encontramos o mote principal de todo o livro: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
O autor dos Atos referindo-se ao “até os confins da terra” talvez não tivesse imaginado que essa evangelização pudesse chegar ao patamar de abrangência como temos hoje, e isso graças aos meios de comunicação. De modo muito particular, por causa da comunicação exercida nas redes sociais.
O Papa João Paulo II já afirmava que nós, católicos, não deveríamos temer os modernos meios de comunicação social e as novas tecnologias (Carta Apostólica O Rápido Desenvolvimento, 24/01/2005), isso porque, certamente, deveria ser usado a favor da propagação do reino de Deus. Afirmação semelhante revelou-nos o então Papa Bento XVI, na sua mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2013, “As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé”.
Na comunicação digital homens e mulheres se encontram, dialogam, relatam suas experiências de vida e de oração. Pessoas com interesses em determinadas vertentes religiosas se agrupam, meditam e partilham a Palavra de Deus. Esse, no entanto, é um primeiro passo. É preciso superar essa barreira virtual e partir para o encontro pessoal, humanitário e acolhedor, como exemplificou Nosso Senhor Jesus Cristo, na parábola do “Bom samaritano” (Lc 10,30-37).
O Papa Francisco ao se referir à evangelização no mundo virtual, na mensagem para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, destaca que os meios de comunicação de massa “podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna”.
Evangelizar até “os confins da terra” nunca esteve tão próximo de cada um de nós, ou melhor, está em nossas mãos. No entanto, O atual Papa faz uma advertência relevante e nos ajuda a melhor evangelizar na rede, para que não caiamos na fugacidade virtual: “O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de os fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho”.

Três palavras que fazem a diferença em família

31 dez
A família é a base da sociedade

A família é a base da sociedade

O Papa Francisco, assim como seus antecessores e toda a igreja, tem dedicado atenção especial à família. De fato, é na família a primeira experiência de vivência comunitária. Essa prática exige, portanto, um exercício cristão de cada pessoa: pai, mãe e filhos. Em 2014, o Papa já convocou para o mês de outubro, a realização de uma assembleia extraordinária do Sínodo sobre a família. O objetivo é tratar dos desafios pastorais da família no contexto da evangelização.

Numa recente encontro com as famílias no Vaticano, o Papa destacou elementos fundamentais que permitem uma melhor convivência familiar. O Pontífice ressaltou a tríade de vocábulos: com licença, obrigado, desculpa. São três pilares que sustentam a vida cotidiana. O Papa Francisco perguntou na audiência: “Quantas vezes ao dia dizes obrigado à tua esposa, e tu ao teu marido? Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: obrigado! E a última: desculpa. Todos nós erramos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras…“

Por fim, o Bispo de Roma aconselhou que nenhum membro da família encerre o seu dia sem fazer a paz com os demais, por isso “Pratiquemos estas três palavras em família. Perdoar-se cada dia!”

Agosto é o mês das vocações

13 ago

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Estamos no mês de agosto e, como de praxe, a Igreja no Brasil celebra-o dedicando às vocações. Neste ano, a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude motivaram a todos evocando os temas da missão e do discipulado. Este Mês Vocacional, portanto, pretende ser um momento de reavivamento da nossa vocação e um tempo favorável para que cada um de nós assuma seu ministério ora recebido no batismo.

Embora as vocações lembradas neste tempo sejam relevantes, uma delas se reveste de dupla importância: a Sacerdotal! Primeiro porque o padre no seu ministério atua in persona Christi, ou seja, já não é ele, mas Jesus Cristo que assume suas ações eclesiásticas; em segundo porque sob sua orientação o povo caminha em busca da vida eterna, prenunciando o Reino de Deus aqui e agora.

A Igreja, portanto, dedica o início do Mês Vocacional ao padroeiro dos sacerdotes – São João Maria Batista Vianney (04/08). Esse santo exemplifica o teor sacramental vivido por um padre que, no seu momento histórico, enfrentou adversidades na família e na própria instituição religiosa, mas superou-as em prol de um bem maior: a de servir e amar o próximo.

A trajetória vocacional do Cura de Arns se assemelha a de muitos sacerdotes. Inclusive, podemos apontar alguns elementos essenciais na formação da sua vocação que fazem parte da de um padre. A família, os amigos, a comunidade, a faculdade, o Bispo, todos esses são importantes, mas não fundamental como é o aceite, ou não, da própria pessoa.

O grande protagonista da vocação sacerdotal é o próprio candidato ao sacerdócio. O beato João Paulo II, na exortação apostólica “Pastores Dabo Vobis”, afirma que “(…) o próprio candidato ao sacerdócio deve ser considerado protagonista necessário e insubstituível na sua formação: toda e qualquer formação, naturalmente incluindo a sacerdotal, é no fim de contas uma autoformação” (69).

O documento afirma ainda que embora a pessoa tenha a prerrogativa derradeira de escolha, deve crescer nele “(…) a consciência de que o protagonista por antonomásia da sua formação é o Espírito Santo que, com o dom do coração novo, configura e assimila a Jesus Cristo Bom Pastor: nesse sentido, o candidato afirmará a sua liberdade da maneira mais radical, ao acolher a ação formadora do Espírito” (idem). Desta mesma forma se dão as demais vocações lembradas neste mês: vida familiar, vida consagrada e ministérios e serviços na comunidade.

Vamos consagrar nossa vocação ao serviço de Deus e do próximo. Ave Maria…

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Jornada Mundial da Juventude

9 jul
Jornada: encontro propício com o Senhor!

Jornada: encontro propício com o Senhor!

“Acolham-se uns aos outros, como Cristo acolheu vocês, para a glória de Deus” (Rm 15,7).

A expectativa pelo início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013 aumenta a cada dia. Ela será realizada no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho e pretende reunir cerca de dois milhões de jovens de todo o mundo. Será o maior evento envolvendo a juventude no Brasil. A jornada revela-se ainda mais importante porque teremos a presença do Papa Francisco.

A pré-jornada, ou Semana Missionária (SM), ocorrerá entre dos dias 16 e 20 de julho, ou seja, uma semana antes da jornada principal. Milhares de jovens peregrinos serão acolhidos pelas famílias, colégios e entidades católicas.

Embora o evento principal seja a JMJ, a SM reveste-se de sua importância a partir de três eixos basilares: o da fé, o cultural e o da solidariedade. Pela fé será o momento propício de os jovens, oriundos de diversas nações, intensificar seu encontro pessoal com Jesus Cristo e seu Evangelho; na cultura, por meio da pluralidade de povos e línguas, será um espaço adequado para a partilha e o conhecimento de outros costumes; como experiência de solidariedade, o objetivo é envolver a juventude local e os peregrinos em campanhas e projetos solidários.

A Páscoa do Senhor acontece no mundo hodierno, em meio às dificuldades, alegrias e esperanças de seus seguidores. Viver a Páscoa de Jesus promove intensas mutações na sociedade: da cultura de morte passamos para uma de vida; da violência caminhamos para a paz; da maldade modificamos para homens e mulheres de bem; do ódio o amor triunfará; e da tristeza a alegria tomará conta do nosso ser!

O jovem será um missionário se seguir os passos dos apóstolos e discípulos do mestre Jesus. O Filho de Deus, ao ascender aos céus, não deixou órfãos seus seguidores de ontem e de hoje, prometeu-lhes um “advogado”, um defensor, o paráclito, que iria acompanhá-los em todos os momentos da missão. E assim o fez, conforme é retratado no livro dos Atos dos Apóstolos (1,8): “Mas recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra”.

Que Nossa Senhora e São Luís Gonzaga, Patrono da Juventude, abençoe os jovens e as pessoas que irão ajudar na semana missionária nesse tempo de graça e de encontro com o Senhor Ressuscitado! Amém!

Solenidade de Pentecostes

18 maio

pentecostes (1)Vem Espírito que é Santo, dá-me teu encanto, traz-me a conversão, faz de mim libertação. Transforma tudo que eu sou, e infunde em mim o teu amor, ô,ô,ô.

Neste domingo, dia 19 de maio, a Igreja comemora a solenidade de Pentecostes. Para o povo judeu era tempo de comemorar a colheita do trigo. Vinha gente de todos os cantos para Jerusalém. Os primeiros frutos da colheita eram oferecidos no Templo.

Após da morte de Jesus, 50 dias depois, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos. Estes estavam reunidos no mesmo lugar, ou seja, estavam com medo, receosos de testemunhar o Ressuscitado, tudo aquilo que viram e ouviram do mestre Jesus não fora suficiente para impulsioná-los à missão. Relata o evangelista João que Jesus entrou na sala onde todos estavam e no meio dos discípulos desejou-lhes a sua paz. Era verdadeiramente Jesus, tanto que eles se “alegraram por verem o Senhor” (Jo 20,21). Este é o sentimento que devemos ter quando encontramos Jesus ressuscitado. “Alegremo-nos e nele exultemos”.

Depois da paz que Jesus provoca, Ele envia seus discípulos em missão. E todos recebem o poder do Espírito Santo. A simbologia utilizada na primeira leitura (línguas de fogo, barulho, forte ventania), quando todos ali ficaram cheios do Espírito Santo, demonstra que a passividade do cristão dá lugar a uma nova criatura, disposto a pôr em prática a missão do próprio Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres; para sarar os contritos de coração, anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19).

Na segunda leitura, no entanto, Paulo alerta à comunidade em relação à diversidade de dons e ministérios que não devem ser utilizados para crescimento ou valorização pessoal, mas sim: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1 Cor 12,7). (EAC)

 

Maria, Mãe da esperança, caminhai conosco!

15 maio
A devoção a Nossa Senhora de Fátima é uma das mais fervorosas no Brasil.

A devoção a Nossa Senhora de Fátima é uma das mais fervorosas no Brasil.

Maio é o mês mariano. Duas comemorações confirmam essa dedicação à Maria. O primeiro festejo é o remetido a Nossa Senhora (13), que em nossa paróquia devotamente adotamos o título de Fátima, fazendo memória da aparição da virgem Maria aos três pastorzinhos (Lucia, Francisco e Jacinto), na diocese de Leiria / Fátima, Portugal. Na segunda festividade comemoramos o Dia das Mães (12). Ambas as festas entrelaçam-se, pois Maria era mãe; mãe de Deus encarnado em Jesus e nossa também. E toda mãe que se preze tem tudo de Maria, a começar pelo sim da sua vocação à maternidade, e pelo não ante as diversas formas e maneira de se distanciar do projeto de Deus.

Maria está sempre a nos ensinar. Suas ações, seu silêncio, seu amor, seu ato devocional ao Filho de Deus nos mostra o quanto precisamos percorrer para alcançarmos nossa santidade.

Nós devemos aprender sempre da nossa Mãe celeste: a sua fé exorta-nos a olhar para além das aparências e a acreditar firmemente que as dificuldades quotidianas preparam um novo tempo que já teve início em Cristo ressuscitado. Do seu coração imaculado desejamos absorver a seiva da confiança renovada, a fim de deixarmos contagiar pela sua alegria, que encontra a nascente mais profunda no Senhor. A alegria, fruto do Espírito Santo, é a particularidade fundamental do cristão: ela funda-se na esperança de Deus, tira força da oração incessante e permite enfrentar as tribulações com tranquilidade. São Paulo recorda-nos: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12). Estas palavras do apóstolo são como que um eco ao Magnificat de Maria e exortam-nos a reproduzir em nós mesmos, na vida de todos os dias, os sentimentos de alegria na fé, próprios do cântico mariano.

Um bom itinerário que podemos seguir os passos de Maria foi anotado pelo Papa João Paulo II: “Ensinai-nos a anunciar o Deus vivo; ajudai-nos a dar testemunho de Jesus, o único Salvador; tornai-nos serviçais com o próximo, acolhedores com os necessitados, obreiros de justiça, construtores apaixonados dum mundo mais justo; intercedei por nós que agimos na história certos de que o desígnio do Pai se realizará”.

Assim como suplicamos a presença de Nossa Senhora em nossa caminhada, fazemos o mesmo com as queridas mamães biológicas. Diz a letra da música que “Em cada mulher que terra criou, um traço de Deus Maria deixou”, pois a virgem de Nazaré, dentro da sua fidelidade ao projeto de Deus, suportou as dores impostas pela sua condição de mãe do Salvador. Da mesma forma que muitas mães hoje choram pelo filho que é assassinado, desempregado, sem futuro, infiltrado no mundo do crime, sem escola, sem eira nem beira, Deus também estende sua mão a elas.

A graça maior de Maria foi o sim a Deus, a um projeto maior para sua vida e para o próximo. A maior graça de uma mãe hoje é dizer sim à vocação materna. Criar e educar deixaram de ser exclusividade da família, coisas dos tempos modernos. A escola, televisão, internet, redes sociais, ocupam agora boa parte do tempo da criança e do adolescente. Sobra aos pais, ou mais especificamente à mãe, a tarefa de apontar os caminhos que remetem ao amor e a solidariedade. Aprendamos de Maria como educar na fé os filhos e filhas que Deus conceder a você, minha irmã:

– Aprendemos com Maria a sermos santos: a santidade foi o caminho escolhido por Maria. Ela fez da sua vida um serviço ao Projeto de Deus. Podemos afirmar que entre todos os santos, Maria ocupa o primeiro lugar. “Sede perfeitos como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).

Aprendemos com Maria a sermos servidores: Maternidade é missão. Maria recebe o Filho de Deus, iluminada pela fé. Cada mãe traz em si uma missão, que lhe foi concedida por Deus. Maria é convidada para ser amiga, companheira e cooperadora de Jesus.

– Aprendemos com Maria a crescer na fé: Maria não foi uma marionete nas mãos de Deus, mas uma mulher de fé, respondeu aos apelos de Deus com sabedoria. Maria apostou tudo, entregou-se nas mãos de Deus, viveu sua fé, cumpriu sua parte. “Maria é para nós escola de fé destinada a nos conduzir e nos fortalecer no caminho que leva ao encontro com o Criador do céu e da terra” (Papa Bento XVI – CELAM / Aparecida).

– Aprendemos com Maria a dialogar: Maria aceitou a missão de ser a Mãe de Jesus, não sem antes dialogar com o anjo. Ela refletiu sobre o convite, argumentou, apresentou as dificuldades, pensou nas consequências, mas acolheu em seu coração a Palavra que se fez carne (Lc 2,51). Na festa de Caná da Galileia, Maria também dialogou, desta vez com o próprio Jesus e apresentou-lhe a necessidade dos noivos. Dialogar para Maria é buscar o consenso, o entendimento, as razões diante do mistério.

– Aprendemos com Maria a felicidade: Ela ficou feliz pela sua escolha como mãe de Jesus. Precisamos assumir nossos compromissos de fé com alegria. Às vezes, o cansaço é maior que as alegrias. Maria não viveu sua fé como se fosse um fardo pesado, mas com satisfação de poder cooperar com Deus.

– Aprendemos com Maria a humildade: Maria viveu sua missão na simplicidade de cada dia. Foi com humildade que cuidou de Jesus e colocou-se a serviço dele em todos os momentos.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus! Para que sejamos dignos da promessa de Cristo. Amém!

Tríduo Pascal: a nossa profissão de fé!

26 mar

A crucifixão de Jesus é consequência da sua ação libertadora em favor dos excluídos pelo sistema político e econômico, mantido pelo Império Romano, e pelos preceitos religiosos do Templo, ou seja, da Igreja. Jesus assume a causa do seu povo. Sua ação supera as estruturas de escravidão impetradas pelo governo dos homens (social e religioso) e anuncia um novo modo de vida e de relação humana, baseado, principalmente, no amor ao próximo e na inclusão de pessoas abandonadas pela sociedade.

Para entender o mistério pascal que nos cerca nesse tempo de reconciliação com Deus, é preciso compreender e participar intensamente do Tríduo Pascal. Com início na quinta-feira o Tríduo Pascal é um período de três dias que antecede a Páscoa, a ressurreição de Jesus. É o momento propício para cada um de nós revivermos os passos de Jesus: a última ceia com seus apóstolos, o caminho do calvário e sua morte e, finalmente, sua vitória sobre a morte.

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Domingo da alegria (Gaudete)!

4 mar

Filho PródigoO tema das leituras deste domingo, o quarto da quaresma, retrata o amor misericordioso de Deus. Amor capaz de libertar o povo da escravidão (1ª leitura), de se alegrar com a volta do filho arrependido (evangelho) ou ainda de reconciliar-de com a humanidade ao enviar seu Filho amado (2ª leitura) para emancipar a todos do pecado. As três leituras revelam o jeito de ser e de agir de Deus, sua teofania na economia da salvação.

Na primeira leitura Deus se faz presente na história da humanidade, não se ausenta da dor que sofre a sua criação. “Eu vi a aflição do meu povo que está no Egito e ouvi o seu clamor por causa da dureza de seus opressores, sim, conheço os seus sofrimentos” (Is 3,7). É Deus quem suscita no povo a esperança pela libertação, e anuncia ao profeta que tirou do povo o “opróbrio do Egito”. Celebrar a Páscoa é celebrar a passagem da escravidão para a libertação.

A parábola do Pai misericordioso (Evangelho), ou do filho pródigo, apresenta ensinamentos para os tempos atuais. A centralidade desse texto reside no fato de o filho mais novo, arrependido da sua decisão de abandonar o pai e a família, resolve voltar a casa. O Pai (Deus) não desiste do filho, tanto que mal o jovem aponta na estrada ele vai ao seu encontro de braços abertos. Eis os elementos da conversão: reconhecer o pecado, o erro; mudar de atitude; pedir perdão; e voltar para Deus. O texto poderia terminar aqui, tudo em festa, mas a vigilância sempre se faz necessária, porque as vezes só cumprir preceitos da Igreja não faz a gente crescer como pessoa. Assim foi com o outro filho. O ciúme tomou conta dele e o cegou. Estava ao lado Pai, fazia o que o Pai mandava, cumpria seus afazeres, mas não foi capaz de superar seu comodismo. Estar na casa do Pai renova a pessoa. Torna-se imagem desse Deus que é amor e misericórdia. Paulo, na carta aos Coríntios, afirma que “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. (…). E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5,17-18). (EAC)

Fraternidade e juventude

2 fev

CF 2013Mais uma vez a Igreja no Brasil quer nos ajudar a refletir sobre um tema de grande importância social e individual em vista de nossa preparação à Páscoa do Senhor. Durante a quaresma devemos refletir na Campanha da Fraternidade algo que nos questiona e que exige de todos nós mudança comportamental.

Neste ano, a temática da Campanha aborda mais uma vez a juventude. Com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), a Igreja e seus organismos sociais se debruçam sobre a situação em que se encontra nossa juventude.

Diferentemente do ano em que foi abordado o tema pela primeira vez, em 1992, novos desafios tecnológicos e tendências modernas mudaram comportamento e atitude de toda uma geração de jovens. Somado a isso, temos ainda a edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho. Este evento, cercado de imensa expectativa, irá receber jovens de todo o mundo, que serão acolhidos pelas famílias e comunidades da “cidade maravilhosa”.

A JMJ e os desafios da modernidade para o público jovem são elementos centrais na reflexão da CF 2013 e aludem para seu objetivo geral: “Acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”.

Não obstante ao objetivo geral pretendido pela CF 2013, há outros mais específicos que precisam ser alcançados no diálogo com a sociedade, condicionados à luz do Evangelho, como o de “sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum”; ou ainda o de favorecer aos jovens “um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de contribuir para sua vocação de discípulo missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vidas”.

Que a Campanha da Fraternidade 2013 estimule a cada um de nós a mantermos uma relação dialogal, onde possamos apreender de Jesus Cristo a essência de nossa vida, assim como encontrar no vigor de Deus renovadas atitudes e ações, incitadas pela força do Espírito Santo.

Façamos da oração da CF 2013 nossa oração pessoal e comunitária: “Para sermos anunciadores do evangelho e propagadores do amor de Deus entre os irmãos, enviai-nos, Senhor”.